sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Subjetividade lixo da contemporaneidade


Subjetividade lixo da contemporaneidade

corpo,
prisão da alma,
destruo-te no anseio
de libertar meu sonho...

corpo-rosto,
acessório,
que te retalho e estico:
simulacro da juventude!

corpo-boca,
fumante,
que me alicia e fede:
paradoxo sensual!

corpo-peito,
descartável,
quero-te em redefinição:
prótese defeituosa!

corpo-ventre,
assassino,
niilismo sem ética:
és berço mundano!

corpo-bunda,
moldável,
respiro-te em malevolência:
travesti da perfeição!

corpo-genitália,
pecado,
esfacelo-te e reconstruo:
fênix da perdição!

corpo-máquina,
excesso,
és-me porto e deriva:
parto de arte em perigo!

corpo-desejo,
ferido,
singular ou múltiplo:
és leito sem sujeito!

corpo-virtual,
falsário,
és-me lindo e perfeito:
dádiva de fotoshop!

sexo-virtual,
inerme,
sou texto sem contexto:
prazer sem ter!

corpo-eletrônico,
cibercorpo,
se teu chip estragar:
jogo-te fora!

corpo,
prisão da alma,
destruo-te no anseio
de libertar meu sonho...

mas... que sonho?!!
 
Nefertiti Simaika
Cabo Frio, 19/maio/2009

Evanescence - Together Again

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